O estado da arte da ciência da felicidade e o desenvolvimento local

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20435/inter.v23i4.3381

Palavras-chave:

ciência da felicidade, antiguidade, contemporaneidade, desenvolvimento local, século XXI

Resumo

Este artigo tem o objetivo de apresentar o percurso histórico e de transformações da ciência da felicidade, desde a antiguidade, até os dias atuais. Busca-se, ainda que de forma sucinta, tecer algumas considerações a respeito do estudo da felicidade, fazendo-se correlações com o desenvolvimento local, pois o desenvolvimento local é um conceito complexo, que parte da reinterpretação de uma série de discussões e problemáticas acerca do que se entende por desenvolvimento. Foram utilizados trabalhos publicados nas fontes de indexação de maior impacto, nos âmbitos nacional e internacional, de modo a possibilitar maior direcionamento dos estudos relativos a esse conceito. Foi utilizada como método a revisão sistemática da literatura, por meio do indexador SciELO, mediante consulta pelas palavras-chave: “ciência da felicidade”, “antiguidade”, “contemporaneidade”, “desenvolvimento local”, “século XXI”. Na sequência, foram pesquisados artigos em período específico, datados a partir de 1960, quando a felicidade passou a ser tratada como ciência. No mundo atual, a felicidade pode ser entendida como uma emoção básica caracterizada por um estado emocional positivo, com sentimento de bem-estar e de prazer, associado à percepção de sucesso e da compreensão coerente do mundo. Entretanto, a maioria das pessoas entende que a felicidade é mais do que um emaranhado de sentimentos intensos e positivos. Ela pode ser entendida como uma sensação plena de “paz” e contentamento, pois tudo depende do quanto a nossa interpretação da realidade altera a nossa experiência dessa realidade.

Biografia do Autor

Regina Aparecida Pereira MAZZI, Universidade Católica Dom Bosco (UCDB)

Doutora  e mestre em Desenvolvimento Local pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Enfermeira pelas Faculdades Integradas Adamantinenses. Especialista em Micropolítica da Gestão e do Trabalho em Saúde pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, RJ. Professora de Ensino Superior da Faculdade Novoeste, MS.

Heitor Romero Marques, Universidade Católica Dom Bosco (UCDB)

Doutor em Desarrollo Local y Planeamiento Territorial pela Universidad Complutense de Madrid (UCM). Mestre em Educação pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Especialista em Filosofia e História da Educação pelas Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (FUCMT). Licenciado em Ciências e Pedagogia pela FUCMT. Graduação em Educação Moral e Cívica − Exame de Suficiência e graduação em Ciências de Primeiro Grau − Exame de Suficiência pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Professor do Programa de Mestrado e Doutorado em Desenvolvimento Local da UCDB.

Rafael Ravina Ripoll, Universidade de Cádiz

Doutor em História pela Universidad de Cádiz (Espanha). Professor de Organização de Empresa e membro dos Grupos de Pesquisa Ciências do Trabalho, do Instituto Universitário para o Desenvolvimento Social Sustentável, na Universidade de Cádiz, e de Economia Criativa, Aprendizagem e a Solidariedade Ativa na Dinâmica Territorial, da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB/CNPq). Atualmente, é o diretor da International University Network of Happiness.

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Publicado

2022-12-22

Como Citar

MAZZI, R. . A. P., Marques, H. R. ., & Ripoll, R. R. (2022). O estado da arte da ciência da felicidade e o desenvolvimento local. Interações (Campo Grande), 23(4), 1161–1177. https://doi.org/10.20435/inter.v23i4.3381